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The Strokes resgata o passado e celebra o presente no Lollapalooza Brasil

A banda entregou um repertório cheio de sucessos dos anos 2000

Créditos: Isabella Zeminian

Por Luciana Lino e Silvana Sousa – O headliner da noite, The Strokes, se apresentou no Palco Budweiser nesta sexta-feira (25), encerrando o primeiro dia de Lollapalooza Brasil 2022 com uma vibe nostálgica embalada por grande sucessos dos anos 2000.

Julian Casablancas (vocal), Albert Hammond Jr (guitarra), Fabrizio Moretti (bateria), Nick Valensi (guitarra) e Nikolai Fraiture (baixo) trouxeram ao Brasil a turnê de seu mais recente álbum, “The New Abnormal” (2020), ganhador do Grammy – mas como de praxe, os hits antigos do grupo se sobressaíram perante o público.

The Strokes no Lollapalooza Brasil 2022: o que rolou?

Com o show previsto para começar às 21h15, The Strokes entrou com mais de 20 minutos de atraso. O público cobrou no início, mas após abrirem a noite com “Bad Decisions ”, canção do último álbum, o equívoco foi perdoado.

A noite seguiu com o hit “You Only Live Once”, de 2006, e a ótima “Under Control”, de 2003, bastante entoadas pelos presentes. A noite seguiu animada com “Juicebox” e “The Adults Are Talking”. Até então, nenhuma faixa do disco mais famoso da banda, “Is This It”, de 2001 – o que não pareceu ser nenhum problema para o público do Lollapalooza.

O show começou bastante explosivo e a partir de então, alternou entre frissons e certa tranquilidade. O álbum de estreia do quinteto foi lembrado em seguida com “Trying Your Luck”. Em seguida, “Brooklyn Bridge to Chorus” acalmou os fãs, que logo voltaram ao êxtase com “Reptilia”. “Hard To Explain” e “Heart In a Cage” também foram pontos altos do show. Em “Eternal Summer”, faixa de “The New Abnormal”, Julian até derrubou duas vezes o microfone – relembrando o estilo rock and roll que consagrou o grupo em 2001. Já a bela “Ode To The Mets”, por exemplo, trouxe certa melancolia ao redor, pelo menos na altura da grade.

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O setlist seguiu a mesma linha das apresentações da Argentina e do Chile, mas foi mais curto que as demais. Na Argentina, por exemplo, a banda entoou a canção “You’re So Right”, do álbum “Angles” (2011), que havia sido performada pela última vez em 2016.

Após uma apresentação explosiva de “Take It or Leave It”, a banda saiu do palco para retornar ao bis tão intenso quanto, com “New York City Cops”. O público sentiu falta de “Last Nite”, que realmente não tem sido tocada nos últimos sets.

Relação da banda com o público

O vocalista Julian Casablancas conversou diversas vezes com o público. No começo, parecia estar à vontade e brincou: “vejo muitos rostos familiares… brincadeira, estou de óculos escuros, não vejo nada”. Foi aplaudido e ovacionado. Com o passar do tempo, falou de Fórmula 1, perguntou se não estavam gostando do setlist, gritou “i love you” e achou que o público não estava compreendendo o que estava sendo dito. Houve quem gostou e o achou simpático, houve quem achou que ele falou até demais – especialmente do meio para o final, quando mudou o tom das brincadeiras.

Mas as tradicionais tiradas de Julian e os longos intervalos entre seus monólogos costumam ser assim. A natureza sarcástica do vocalista, inclusive com a própria banda, já é complemento das apresentações ao vivo dos Strokes. Quem os assiste pela primeira vez pode não entender ou até se cansar com a atitude do frontman, mas o episódio não é inédito.

Quem foi ovacionado foi o baterista Fabrizio Moretti, brasileiro. “E aí, minha gente?”, disse ele no começo do show – tímido, porém com um sorriso no rosto. Julian insistiu que o baterista falasse em português, sem sucesso. Voltou a falar no final: “fora Bolsonaro”.

Já Albert jogou palheta ao público, acenou para o lado direito do palco e por (varias) vezes trocou com Julian, enquanto Nick e Nikolai interagiram menos com a plateia.

De forma geral, a apresentação foi mais animada do que a de 2017, quando os Strokes trouxeram um show morno para o mesmo Lollapalooza. Desta vez, a banda parecia estar mais entrosada entre si e com o público, que ovacionou as faixas antigas e recebeu bem as atuais.

A mista plateia contava com adolescentes e adultos, de gerações diferentes, embalados pelo mesmo ritmo que conquistou Nova York e o mundo no começo do século. Com certeza, é mais uma prova de que mesmo 20 anos depois, os The Strokes continuam conquistando e alcançando novos públicos e abraçando os fiéis fãs, inclusive no Brasil.

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