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Review: Ariana Grande busca um novo começo em “eternal sunshine”

O material foi lançado nesta sexta-feira (8)

Ariana Grande - Eternal Sunshine | Foto: Divulgação
Ariana Grande - Eternal Sunshine | Foto: Divulgação

A cantora Ariana Grande liberou nesta sexta-feira (8), em todas as plataformas digitais, seu sétimo disco de estúdio, “eternal sunshine“. O material sucede o aclamado “Positions”, lançado em 2020, e fala abertamente sobre a atual fase da cantora, incluindo seu recente divórcio com Dalton Gomez.

Introduzido por “yes, and?”, “eternal sunshine” conta com 13 faixas – todas compostas e produzidas pela artista e uma única colaboração, Nonna Grande, avó de Ariana. Confira nossa review!

Em “eternal sunshine”, Ariana Grande expõe vulnerabilidade

O sétimo álbum de Ariana Grande começa com algo que artista já está acostumada a fazer: intros. “intro (end of the world)” abre o projeto com uma pergunta que ela passa o resto do álbum tentando responder: “Como posso saber se estou no relacionamento certo?”. Automaticamente Ariana nos coloca no contexto de uma relação que está despedaçando, isso em guitarras sutis e vocais despretensiosos.

A melancolia se estende em “bye” e “don’t wanna break up again”, nas quais incertezas pairam sobre a cabeça da artista, inclusive sobre reconhecer os erros do parceiro, mas sem querer deixá-lo ir.

“saturn returns (interlude)” é mais uma intro e fala do fenômeno em que o planeta Saturno completa seu ciclo ao redor do sol e sinaliza uma fase significativa na vida de uma pessoa, marcando um período de maturidade, desafios e crescimento. O que faz muito sentido para a faixa seguinte, título do álbum, “eternal sunshine”, na qual Ariana fala que está mudando, lidando com situações de formas mais honesta.

Arrisca-se dizer que a tríade “supernatural”, “true story”, “the boy is mine” é o momento em que as produções começam a chamar mais atenção. O mix de vocais poderosos com pop e o clássico R&B te fisgam fácil e mostram o porquê de Ariana ser tão respeitada no gênero.

Escolhida para ser o primeiro single do álbum,“yes, and?” é diferente de tudo que Ari já fez, porém, no conjunto da obra, soa como uma irmã distante das outras faixas. A faixa, que passou uma semana no topo do Hot 100 e ganhou um remix de Mariah Carey, não é ruim, mas não é a melhor do projeto.

Dando continuidade à promoção do álbum, “we can’t be friends (wait for your love)” foi escolhida como segundo single. A canção tem sintetizadores pulsantes que lembram “Dancing On My Own” da Robyn e trazem uma nova perspectiva ao enredo do disco.

Aqui, Ariana busca encontrar um novo caminho, mas insiste em algo em respeito a memória do amor. A faixa é produzida por Martin Max, e lembra bastante em termos de produção outras faixas da artista, como “touch it”, “love me harder” e “thinking bout you”.

“i wish i hated you”, “imperfect for you” e “ordinary things (feat. nonna)” encerram o álbum em uma vibe mais confessional, na qual Grande tenta analisar as emoções complicadas que seguem em sua cabeça após o fim do relacionamento.

Em “i wish i hated you”, por exemplo, Ariana canta: “Mas não importa o quanto eu tente / E não importa como eu queira / E não importa o quão fácil / As coisas poderiam ser se eu fizesse / E não importa o quão culpado / Eu ainda sinto vontade de dizer isso / Eu gostaria de odiar você / Eu gostaria que isso não fosse verdade / Queria que houvesse algo pior para você / Eu queria que você fosse pior comigo / Sim, eu gostaria de odiar você“.

Em “ordinary thing”, a avó de Ariana responde a pergunta feita lá no início do projeto “Como posso saber se estou no relacionamento certo?”. Nonna diz: “Nunca vá para a cama sem dar um beijo de boa noite. E se você não consegue e não se sente confortável fazendo isso, você está no lugar errado. Saia”. Não é uma faixa incrível, mas encerra genuinamente a discussão que guia o material.

Conclusão

Confesso que em alguns momentos precisei revisitar a discografia da Ariana para verificar se em algum momento da sua carreira ela já esteve tão exposta e vulnerável quanto agora. Como dito no início da resenha, “eternal sunshine” é composto integralmente pela artista, que faz questão de detalhar o fim de seu mundo ou pelo menos o que ela acredita ser o fim com o término do seu casamento. 

É um álbum brilhantemente produzido composto e exposto, que detalha as recentes fases da artista que agora está recomeçando, buscando uma nova história.

Nota: 9.7/10