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Review: Fall Out Boy se reafirma no emo em “So Much (For) Stardust”

Novo álbum é o oitavo de estúdio e traz grande influência dos discos mais antigos da banda

Foto: Divulgação

Com mais de 20 anos de carreira, o Fall Out Boy é uma das mais importantes e influentes bandas do conhecido cenário emo dos anos 2000. Com inúmeros hits e singles importantes para o gênero, a banda lança, nesta sexta-feira (24) seu oitavo álbum de estúdio “So Much (For) Stardust”, produzido por Neal Avron, responsável por “From Under The Cork Tree” (2005), “Infinity On High” (2007) e “Folie à Deux” (2008).

Fall Out Boy e a reconciliação com o emo em “So Much (For) Stardust”

O álbum “So Much (For) Stardust” começa com o potente single de estreia “Love From The Other Side”. A música não poderia ter sido melhor escolha para apresentar a fase do novo disco, que traz a forte influência do lado mais pop-punk do Fall Out Boy. Até sua introdução, que vai se desenvolvendo no piano para até então entrar os primeiros acordes de guitarra, assemelha-se ao início de “Thriller”, do “Infinity On High” (2007), porém sem participação da voz de Jay-Z

O segundo single e segunda faixa, “Heartbreak Feels So Good”, também reafirma essa primeira impressão ao qual o trabalho se apresenta, tão diferente do seu antecessor “MANIA” (2018), que caminhou para um lado mais pop e comercial. “Hold Me Like A Grudge” é também um grande destaque do álbum. A música começa com o baixo dando o tom, crescendo para um potente refrão que é antecipado de palminhas, o tipo de canção que te faz querer vê-la ao vivo para aproveitar sua totalidade. 

Já “Fake Out” é mais calma, trazendo mais o violão no começo e tons vocais mais suaves na parte principal da faixa, um clássico hit emo. Na sequência, “Heaven, Iowa” é uma melodia mais profunda, que carrega em seu refrão o vocal impecável de Patrick Stump. Diferente de sua anterior, “So Good Right Now” é a canção mais curta do disco, bem feliz e animada, daquelas que você acompanha estalando os dedos no ritmo. Contando com a única participação especial no álbum, o ator Ethan Hawke compartilha uma história em “The Pink Shell” para introduzir aos violinos da pesada “I Am My Own Muse”.

“Flu Game” agita ainda mais a segunda metade do álbum, até o interlude de “Baby Annihilation”, que traz um reflexivo monólogo estilo o final de “20 Dollar Nose Bleed” antes de “West Coast Smoker”, as duas últimas faixas de “Folie à Deux”. Porém, aqui, somos apresentados a “The Kintsugi Kids (Ten Years)”, uma canção mais leve que traz em seu título a informação “10 anos”, possível referência ao intervalo de lançamento do “Save Rock And Roll” (2013) – álbum pós-hiato – para “So Much (For) Stardust”.

Caminhando para o final do disco, o Fall Out Boy nos apresenta a orquestrada e alto-astral “What a Time To Be Alive”. Violinos e piano melancólicos dão início à música-título; com voz mais grave, Stump dá o tom mais misterioso à canção. Pouco após o último refrão, os versos “you were the sunshine / of my lifetime / what would trade the pain for? / I’m not sure” de “Love From The Other Side” se repetem, conectando a primeira com a última faixa. A mudança para a repetição é tão sutil quanto os versos de “Headfirst Slide Into Cooperstown on a Bad Bet” em “What A Catch, Donnie”, do “Folie à Deux”. A faixa se encerra com coral acompanhando a voz de Patrick, que vai se dissolvendo enquanto o álbum termina.

Definitivamente, um “So Much (For) Stardust” é um trabalho que reafirma a facilidade do Fall Out Boy se consolidar como uma banda extremamente relevante do pop-punk e emo rock dos dias atuais. Além da aptidão para fazer singles que marcam cada uma de suas fases – “Dance, Dance”, “Thnks Fr Th Mmrs”, “Centuries” e mais que o digam -, é um grupo atemporal.

Além de tudo isso, traz de volta a boas e nostálgicas memórias de álbuns mais antigos (como os já citados acima), apesar de não contar mais com os títulos quilométricos. Mas não somente vai convencer os fãs lá do começo da banda, como potencialmente se apresentar a novos públicos, que precisam estar prontos para aproveitar um disco sem medo de ser grandioso.

Nota: 9,5/10

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