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Análise: Na Batida – Anitta

Anitta

A cantora Anitta é muito criticada nos dias de hoje. Grande parte deste pré-conceito que se tem dela vem da sua escolha de gênero. Apesar de ter sido considerado patrimônio cultural brasileiro, o funk ainda é muito mal visto por ser um estilo vindo dos morros, às vezes sendo até considerado um estilo “menor”.

Vou contra esta corrente. Acredito que o funk é um ritmo tão complexo quanto qualquer outro e a prova disso é o número de vertentes que ele apresenta. Mesmo que de fato às vezes existam algumas músicas e artistas que não são tão bons, é extremamente notável a sonoridade e as letras que registram o cotidiano, a realidade e a forma de pensar de uma comunidade. Mister Catra, Valesca Popozuda, Anitta e até o não-tão-famoso paulista Mc Livinho representam muito bem a classe e o ritmo, cada um de sua forma.

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O segundo fator desta “discriminação” com a Anitta vem do fato de ela copiar grandes ícones musicais como Lady Gaga, Madonna e Beyoncé.

Vamos pensar: Larissa de Macedo Machado, 21 anos. Cresceu sobre a influência de grandes divas que estão sobre o holofote. Seu sonho era ser uma cantora e encontrou em sua comunidade, na cultura de seu país, uma forma de fazer isto acontecer. Podia ser qualquer uma, mas ela decidiu ser a Anitta.

O fato de ela tomar como referência essas grandes cantoras não faz dela menor, só uma adolescente que está fazendo sua música. Suas influências vão transparecer por ela de qualquer jeito.

Tomando isso em conta, vamos ao clipe de “Na Batida”:

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A faixa pertencente de seu álbum, “Ritmo Perfeito”, traz uma mistura bem interessante do funk melody junto com o pop, sem esquecer uma leve pincelada do eletrônico. Anitta ficou conhecida por danças bem sensuais, tendo em vista que o clipe que consagrou a artista foi uma simples coreografia.

Para esse novo projeto – que ganhou inclusive um DVD gravado em São Paulo -, ela investiu pesado nesta parte da dança; o clipe não ia ser diferente.

A música fala sobre essa menina que não leva desaforos para casa, ela resolve seus problemas na pista e dança ao som da batida. Não adianta tentar pará-la, depois que ela começa só para quando ganha o que quer.

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Na produção, Anitta contou com diferente cenários e alguns bem parecidos com os das tais divas pop que a gente citou lá em cima. Essa diversificação do cenário traz os vários lados das mulheres brasileiras. Cada umas dela convive em um cenário diferente, têm problemas diferentes, mas todas elas sabem se impor e todas se perdem na pista de dança.

A ideia de fazer com que todo o tipo de mulher se reconheça na imagem da personagem funciona e é uma jogada esperta para conquistar o público.

Talvez de todos os singles deste álbum que ela lançou até agora, este seja o que mais tem a cara do tal funk, justamente por conta da batida marcante.

A utilização desta batida ficou bem marcada pela troca rápida de cenários com cores diferentes e um ponto focal em comum. Essa tática tem sido cada vez mais usada em clipes que tem esse ritmo mais forte e querem realçar a batida.

Claro que existirão aqueles que não gostarão do jeito que ela canta, da forma como ela dança ou de suas composições, e é completamente compressível. Mas uma coisa é inegável: Anitta está conquistando cada vez mais espaço e fãs na indústria, então é melhor nos acostumarmos, já que sua música deve estar inclusive na primeira parte do filme “Esperança”.

Vamos rever o clipe, desta vez prestando atenção nos detalhes que fazem dela a princesa do funk brasileiro.

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