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#SoundTrack: “Waves” tem trilha sonora emotiva com SZA, Frank Ocean e mais

Foto: Reprodução/

Você está precisando assistir a um bom filme dramático com uma trilha sonora que conversa impecavelmente com cada cena? Então procure já por “Waves” (ou “As Ondas”), de 2019, disponível no Telecine Play.

De início, você pensa que a história vai se passar em torno do romance entre Tyler (Kelvin Harrison Jr.) e Alexis (Alexa Damie), mas, na realidade, trata-se de uma história de perdas, conhecimentos, masculinidade tóxica e dilemas dentro de uma família negra.

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A família foco do filme é formada por Ronald (Sterling K. Brown) e Catharine (Renée Elise Goldsberry), responsáveis pelos adolescentes Tyler e Emily (Taylor Russell McKenzie). Tyler e Emily são irmãos com pouca diferença de idade, que perderam sua mãe ainda muito cedo, e que têm Catharine como madrasta.

Ronald é um treinador e ajuda Tyler a se tornar um grande lutador para conseguir uma bolsa na faculdade, tudo isso enquanto o jovem vive coisas comuns e caóticas da adolescência.

Foto: Reprodução/

Trilha sonora de “Waves” e foco em Tyler

O filme começa a ser marcado por essa energia high school, experimentações e deixa isso claro já nas primeiras músicas da trilha sonora que aparecem, de autoria de Animal Collective e Tame Impala.

Nem tudo são flores. Em dado momento, tudo começa descer ladeira abaixo para Tyler, te deixando cada vez mais com raiva do personagem por suas atitudes. Isso é também refletido na trilha: as músicas de artistas mais conhecidos são tocadas nesses momentos, e, talvez propositalmente para nos impactar mais. São músicas de letras fortes em momentos pesados (alguns nem tantos), como SZA, Kendrick Lamar, Tyler The Creator e Kanye West.

Uma outra cena que chama muito minha atenção é quando após outra briga com Alexis, “I Am A God” do Kanye West começa a tocar, casando bem com a agressividade e estresse de Tyler.

Olhando para as músicas e artistas que cito até agora, parece ser meio impossível Amy Winehouse conseguir encaixar bem no filme. Mas, sim, isso rola. Na cena do baile, “Love is a Losing Game” é tocada e apenas assistindo o filme para sentir e perceber que a m*rda está chegando, mas que faz completo sentido ela estar sendo tocada ali.

Você percebe que o Tyler é um ridículo machista (que reproduz atitudes que foi ensinado de certa forma, vale dizer) e a trilha só reforça isso. O filme te faz levar aos extremos com o personagem e sentir imensa repulsa por ele. Tive vontade de parar de assistir tamanha agonia. Até porque coisas como acontecem no filme, também acontecem na vida real.

Mudança de foco de personagem e na trilha

No entanto, as coisas parecem mudar. Tyler sai de cena devido a determinado acontecimento e quem passa a ser protagonista é sua irmã Emily, que de começo ainda está bem traumatizada com toda a situação. Algo interessante que notei é que essa fase de Emily mais reclusa, triste, se passa com uma trilha quase que toda apenas instrumental.

Emily começa a reviver, descobrir que a vida não precisa ser em torno dos erros do seu irmão que acabam recaindo em cima dela, principalmente por conta do racismo.

Nisso, ela vai amadurecendo, tendo momentos felizes, de liberdade e leveza. E isso te faz voltar a gostar do filme, por ver que ela está tendo um momento bom, e isso deixa o coração quentinho. A partir daí, músicas legais e de artistas mais conhecidos voltam aparecer: Animal Collective, SZA, Chance The Rapper, Frank Ocean e até Alabama Shakes. São bem bonitos os aprendizados.

O restante? Só assistindo para descobrir.

Nota: 9.5/10. Fotografia muito bonita, história com reviravoltas interessantes e trilha sonora que se encaixa completamente em todas as cenas.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Tracklist

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