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Review: Kali Uchis reforça autenticidade em transcendental “Red Moon In Venus”

Terceiro álbum de estúdio conduz narrativa romântica em um plano de fundo melódico etéreo e arrebatador

Foto: DIvulgação

Não são muitos os artistas que conseguem sustentar um alto nível — ou até mesmo elevá-lo —, após um debut de sucesso, e em seu terceiro álbum de estúdio, “Red Moon In Venus“, Kali Uchis provou, pela segunda vez, ser um deles. Lançado na última sexta-feira, 3/3, o mais novo trabalho da vencedora do Grammy reforça um projeto de referências robustas e narrativas íntimas em um mergulho de melodias igualmente quentes e sensuais — uma marca na arte de Kali Uchis. 

Com 15 faixas e cerca de 43 minutos de duração, “Red Moon In Venus” é vivaz, autêntico, e chega em uma ótima fase para os fãs que irão encontrá-la na próxima edição do Lollapalooza, em São Paulo, no dia 24 de março.

Foto: Divulgação / “Red Moon In Venus”

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Faixa a faixa: “Red Moon In Venus” é expressão da potência de Kali Uchis

De família colombiana, a multiartista Kali Uchis nunca deixou de explorar as referências latinas e a língua espanhola em seus trabalhos. E com o novo álbum, isso não seria diferente. “in My Garden…” abre o disco de Kali em uma transição suave para o lead singleI Wish you Roses“, uma carta de amor sobre a maturidade de deixar ir e querer bem aqueles que um dia tanto amamos em um fundo melódico puramente nostálgico. A faixa é seguida por “Worth the Wait“, feat com Omar Apollo em um slow jam sensual e imagético.

Love Between…” mantém o slow jam, mas dessa vez bebendo da fonte do soul e R&B, gêneros que marcam a autenticidade de Kali Uchis desde “Isolation” (2018). “All Mine” surpreende em um bop cativante na primeira metade do disco, mas que dá o tom perfeito para o afropopFantasy“, feat com Don Toliver — com quem Kali Uchis se relaciona desde 2021. 

Foto: Divulgação

Como te Quiero Yo” e “Hasta Cuando” são as primeiras faixas com espanhol do disco, e demonstram ainda mais maturidade musical de Kali, que se arrisca em referências dos anos 1980 — do “dreamyblues, na primeira, ao pop-drum da segunda. “Endlessly” encapsula perfeitamente a energia de “Red Moon In Venus” em uma textura passional de melodia à narrativa, com força para ser trabalhada como single. Mas se for para falar de força vocal, é no psicodélico “Moral Conscience” que Kali Uchis prova sua extensão técnica e versatilidade entre as pontes de graves e agudos em seu potencial soprano.

O mais experimental é com “Blue“, em que ela explora o jazz e desemboca em “Deserve Me“, feat R&B mais energético com Summer Walker. “Moonlight“, é escolhida como penúltima faixa no álbum em uma viagem bilíngue, cósmica e transcendental e nos leva para um desfecho vivaz com a contemplativa “Happy Now“.

“Red Moon In Venus” é um trabalho catártico. Kali Uchis nos conduz em uma obra de 15 faixas que traz cheiro de maresia em um verão tropical, um gosto adocicado de drinks que gostaríamos de experimentar e o toque na pele de uma paixão intensa — e passageira. Fonte inesgotável de talento, ela nos prova, mais uma vez, o motivo de ser uma grande referência de alto nível melódico e indiscutível autenticidade. 

9,5/10

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