Jão se sente em casa no show de estreia da Superturnê

Em um Allianz esgotado com fãs intensos e apaixonados de baixo de chuva, Jão deu início a Superturnê na noite do último sábado (20), em São Paulo. A turnê de apoio ao seu 4° álbum de estúdio, “SUPER”, vai passar por cerca de 15 cidades do Brasil entre janeiro e maio, com apresentações em arenas e estádios.

Desde o anúncio do primeiro show da turnê no Allianz Parque, as expectativas já eram altas. Jão deixou um gostinho do que o público poderia esperar em seu show no The Town, em setembro de 2023, onde a estrutura e efeitos especiais já chamaram atenção por fugirem do que os artistas estão acostumados a apresentar, principalmente em festivais.

Estrutura e efeitos especiais

Na estreia da turnê não foi diferente. A planta do palco enviada à Prefeitura de São Paulo já previa uma passarela de 60 metros, além de cenários que chegam a 30 metros de altura. A passarela no formato quadrado se estendia por metade do estádio, permitindo um contato ainda mais próximo com todos os 50 mil fãs presentes no estádio. A extensão do palco permitia que a visão fosse positiva de qualquer lugar da pista e, quando você menos esperava, o cantor parecia pertinho.

Além dos já tradicionais telões ao lado do palco, Jão investiu em um grande telão central, envolto pelo enorme dragão branco que ele havia utilizado também na cenografia do The Town, e que deve acompanhá-lo ao longo desta turnê. Este telão em formato retangular desempenhou um importante papel na complementaridade narrativa do espetáculo, que foi separado em quatro atos, seguindo os elementos naturais: terra, ar, água e fogo.

Estes são os elementos regedores do álbum “SUPER”, e o conceito foi levado também para a turnê, com elementos visuais que completavam a história nos telões e evidenciaram a transição de um elemento para o outro durante o show.

jão estreia superturnê em sao paulo — Foto: Isabella Zeminian

Interação com os fãs

Uma turnê em estádios só é possível com uma legião de fãs apaixonados e isso o Jão cada vez mais mostra ter de sobra. Muitos desses admiradores já o acompanham desde o início de sua carreira com o álbum “Lobos”, em 2019, e por isso, o cantor mostrou se sentir em casa ali. Após os gritos de “Jão, tesão, bonito e gostosão”, já tradicionais nas apresentações do artista, ele tirou um momento para agradecer aos fãs.

“Esse show é uma celebração de quem a gente é. Se você nunca se sentiu pertencente a nada, espero que olhe para as pessoas a sua volta e se sinta em casa. Com vocês eu me sinto em casa”, disse emocionado.

Ao longo do show, Jão elogiou os looks, pulseiras e esforços dos fãs para mergulhar a fundo na experiência. O cantor também revelou que vai escrever uma carta para cada show e vai escolher um fã sortudo para recebê-lá.

https://twitter.com/alwaysromania/status/1748930023396901223

Uma super turnê

Com vídeos, interações e contagem de tempo antes do show começar, a expectativa só aumentava no estádio. O show começou por volta das 21h07, quando o telão central se acendeu e Jão surgiu no meio da passarela para cantar “Escorpião”, a primeira do disco e escolhida para ser também a primeira do show.

O ato de abertura contou com uma música de cada álbum, introduzindo o caminho que a setlist seguiria: uma mistura bem feita de músicas de todas as eras do cantor. O show é um verdadeiro passeio pelas fases da carreira de Jão que o levaram até aquele momento.

Para contar essa história, ele não economizou em momentos grandiosos, como o seu voo em “Sinais”, quando ele foi parar em cima de um prédio projetado no telão central para cantar “A Última Noite”.

Uma noite no alto de um prédio, vendo a cidade por cima 💫 #SuperturnêSãoPaulo pic.twitter.com/EavS4RdYvp
— Team Jão (@teamjao) January 21, 2024

O cantor apostou em vozes por cima do instrumental de “Ribs”, da cantora Lorde, para introduzir a icônica “Meninos e Meninas”, enquanto um mar de luzes coloridas tomaram conta do estádio que recebeu pulseirinhas de luz para completar o espetáculo. O público ainda teve momentos de emoção com “Maria” e saiu do chão em “Me Lambe” e a última da noite, “Alinhamento Milenar”.

Provando que essa era realmente a noite da vida dele, Jão se mostrou mais confortável do que nunca de estar fazendo o que nasceu para fazer. Entre críticas da internet e questionamentos sobre seu talento, ele prova que tudo não passa de questões inexistentes fora das redes sociais. O que Jão fez no Allianz Parque, ninguém mais está fazendo no pop brasileiro hoje – e ele fez com uma estrutura que muitos artistas internacionais consolidados com anos de carreira não chegam perto de ter.

Em uma atmosfera acolhedora, de público completamente diverso, ele tem potencial para criar com a Superturnê uma experiência inédita para os brasileiros que estão dispostos a consumir o que os nossos artistas têm a oferecer. É a música brasileira criando história, e a sorte é de quem se entrega e escolhe aproveitar!