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Entrevista: CHAMELEO fala sobre novo álbum, “ALTA TENSÃO”

O trabalho traz faixas como “MURAKAMI”, “TE ODEIO”, wet dreams” e “TDAH”

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Foto: Cred. @lufreee

Na última semana, CHAMELEO lançou seu mais novo álbum de estúdio, “ALTA TENSÃO”! O projeto sucede o disco de estreia do artista, intitulado “ECDISE”, que foi lançado em 2021.

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O novo trabalho marca uma fase mais elétrica e versátil do cantor e compositor. O álbum inclui faixas como “MURAKAMI”, “TE ODEIO”, “wet dreams” e o mais recente single, “TDAH” – cada uma mostrando uma diferente vertente do projeto.

Em entrevista recente ao Tracklist, CHAMELEO falou detalhadamente sobre o álbum “ALTA TENSÃO”, a nova fase de sua carreira e mais. Confira mais abaixo!

Entrevista: CHAMELEO comenta “ALTA TENSÃO” e mais

Você apresentou, recentemente, o álbum “ALTA TENSÃO”. Como descreveria esse projeto em poucas palavras?

“É um projeto elétrico, frito, pra frente. Onde eu quis transformar um pouco da minha ansiedade em sonoridade; que é o motivo pelo qual eu me considero uma pessoa em alta tensão, ligado no 220″.

Você lançou, recentemente, a faixa “TDAH”. Como foi o processo dessa faixa?

“Bom, eu sou uma pessoa extremamente ansiosa. Eu tenho ansiedade generalizada, e isso inclui várias coisas, como TDAH, síndrome do intestino irritado, TOC, enfim. São transtornos com os quais eu já lido desde sempre. E eu queria muito, de uma forma super descontraída e não tão profunda, fazer essa brincadeira de como minha cabeça está sempre se atropelando, e se distraindo muito fácil, principalmente quando o assunto é relação amorosa e afetiva. Então, é mais uma brincadeira de incorporar a ansiedade, que é uma das coisas que eu tenho. Eu também falo de TOC em ‘ASTROBOY’. É o que eu falo, a ansiedade me consome, mas me inspira também. Eu tento fazer uma limonada com os limões que me foram dados [risos]”.

E como surgiu a inspiração para os temas abordados na música?

“A inspiração é essa, minha ansiedade, o fato de que eu ser ligado no 220. Escuto isso desde que eu era criança. E é por isso que eu me considero uma pessoa de alta tensão, assim. Porque eu sou extremamente agitado, frito, inquieto. Então eu queria trazer isso, que é tão forte em mim, para dentro das minhas músicas. E também trabalhar, porque eu sou muito 8 ou 80. Eu estou ou em picos de ansiedade, muito para frente, muito elétrico; ou estou vivendo a melancolia, na cama, que são os opostos. E acho que o álbum é bem isso. Ele é mais frito, porque eu sou mais frito, mas ele também tem o lado melancólico, porque eu também sou muito essa pessoa. Eu acho que ele representa a ansiedade de uma forma geral, explorando os picos”.

O novo single faz parte de seu novo álbum, “ALTA TENSÃO”. Para esse trabalho, você também já liberou “wet dreams”, “deu pra sentir?”, “TE ODEIO” e “MURAKAMI”. Por que essas foram as faixas escolhidas para apresentar o novo projeto de antemão?

“Eu sabia que queria trabalhar os singles antes do álbum, até porque tudo foi acontecendo ao longo desse tempo. Mas eu precisava já ir lançando. Então, para as escolhas desses singles, eu pensei em pegar vertentes bem distantes umas das outras dentro do álbum. E que não entregasse muito a surpresa do álbum completo. Tipo, deu para sentir uma música bem ‘farofona’, bem para frente, mas daí eu já vim com “wet dreams”, que é uma música mais ombrinho, mais vibes. E aí lancei “TE ODEIO” e “MURAKAMI”, que são mais do lado melancólico do álbum. Então eu não queria entregar a temática com os singles, queria que fosse uma surpresa. Foi meio que pensando nisso: ‘Quais músicas eu poderia ir apresentando sem entregar o álbum? Sem que as pessoas soubessem que o álbum em si seria extremamente frito e elétrico?’ Então eu segurei isso”.

“ALTA TENSÃO” chega dois anos após “ECDISE”. Você consegue ver uma evolução – tanto artística quanto na carreira em si – nesse período? Se sim, de que forma?

“Com certeza. Eu acho que tanto no artístico quanto no pessoal, já dois anos é bastante tempo. E eu, como um bom camaleão [risos], estou sempre me renovando, estou sempre mudando mesmo. E que bom! Porque é isso, a gente está em constante evolução, e na minha carreira não seria diferente. Acho que hoje em dia eu já sou muito mais certeiro no que quero, no que eu gosto, os caminhos que quero trilhar e para onde eu quero ir. ‘ECDISE’ era o meu primeiro álbum, então ainda o tinha o lance de estar me descobrindo como artista, minhas referências, organizando tudo isso. Então acho que ‘ALTA TENSÃO’ já é mais esse lugar de ‘eu sou isso e vou bater no peito’, já entendendo mais quem eu sou, me aceitando e me abraçando cada vez mais. Entendendo sobre gênero, enfim. Várias questões que vêm com a maturidade. Então, sim, [tem uma evolução], e que bom”!

Para você, qual é a principal diferença entre os dois álbuns?

“Acho que a maior diferença são os temas abordados, também. ‘ECDISE’ vem de um momento de renascimento após o câncer; então são músicas mais profundas. Eu não acho que é um álbum tão pop quanto ‘ALTA TENSÃO’ nas melodias e nas letras em si. Acho que essa é a maior diferença. Até na própria formar de falar as coisas, de não se prender e não pensar muito, tipo: ‘Ai, o que é que vão pensar?’ Não que antes eu pensasse muito, mas hoje é muito menos [risos]”.

Como você espera que o público receba esse novo projeto?

“Eu espero que o público receba de cabeça aberta. Acho que ele tem uma sonoridade mais experimental, mas é um álbum extremamente pop. E eu sinto que esse movimento das pessoas quererem a sonoridade diferente, estarem mais abertas para o novo, para o diferente, está acontecendo cada vez mais. É um processo lento, mas sinto que as pessoas estão abrindo mais a cabeça para entender que o pop é maior do que só aquela coisa radiofônica. E é isso, espero que as pessoas abracem.

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