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Review: com “Batidão Tropical Vol.2”, Pabllo Vittar exalta referências nortistas e nordestinas

O material traz regravações de Joelma, Mylla Karvalho, entre outros artistas que fizeram parte da vida da artista

Pabllo Vittar para a capa do Batidão Tropical Vol.2 | Foto: Divulgação
Pabllo Vittar para a capa do Batidão Tropical Vol.2 | Foto: Divulgação

Pabllo Vittar disponibilizou na noite dessa terça-feira (9), em todas as principais plataformas digitais, seu sexto disco de estúdio, “Batidão Tropical Vol. 2″. O projeto traz regravações de Joelma, Mylla Karvalho, Forró do Muído, entre outros nomes que fizeram parte da vida da artista.

Sucedendo o Vol. 1, lançado em 2021, o Vol.2 conta com 14 faixas, sendo 3 ocultas que serão trabalhadas posteriormente pela artista. Confira nossas primeiras impressões sobre o novo trabalho da drag queen maranhense.

“Batidão Tropical Vol.2” traz clássicos da cultura do Norte e Nordeste

Ao divulgar a capa do “Batidão Tropical Vol.2”, Vittar descreveu o álbum como nostálgico e pessoal. “Esse álbum é a continuação de um projeto que se estenderá pela minha vida. As músicas e letras que aqui serão mostradas podem soar inédito para muitos, enquanto que para outros vai transmitir uma nostalgia de um tempo bom”, disse a drag.

Ao dar play no disco, nos deparamos logo com uma regravação de “Pra te Esquecer”, clássico da Banda Calypso, sucesso na voz de Joelma. Pabllo dá sua cara para canção, com direito a gritos e a toda sensualidade pela qual a queen é conhecida. A seguinte, “Idiota”, que já é um das mais queridas dos fãs graças uma prévia vazada no ano passado, impressiona pelas nuances vocais e detalhes na produção.

Todo disco clássico de uma boa banda de forró que se preze tem uma versão de um sucesso internacional – e no Batidão Tropical Vol.2, a faixa “Pede Pra Eu Ficar” cumpre bem esse papel. Composição solo de Vittar, a faixa é uma versão forró do sucesso “Listen To Your Heart” da banda Roxette e te pega logo no primeiro refrão. Aqui, mais uma vez, a riqueza de detalhes na produção impressiona.

Voltando às clássicas regravações, temos a sequência “Rubi (feat Will Love)”, “São Amores” e “Me usa”. As faixas foram sucessos nos seus segmentos, sendo regravadas e reconhecidas até hoje. Pabllo se diverte cantando, inclusive se arriscando vocalmente, trazendo vida às histórias individuais de cada canção.

Vale lembrar que “São Amores” foi escrita por Simaria Mendes e interpretada por ela e a irmã, Simone Mendes, enquanto estavam na banda Forró do Muído. Ambas validaram a agradeceram a regravação de Vittar. “Me Usa” é o maior sucesso do banda Magníficos, alcançando single de platina duplo em 1997. Já “Rubi” foi lançada pela banda Ravelly em 2009 e caiu nas graças do público após uma regravação da banda DjaVú.

Agora se tem uma coisa que Pabllo soube fazer com maestria, além de separar boas músicas para regravar, foi trazer suas intérpretes originais para sua releitura no “Batidão Tropical Vol.2”. Taty Girl e Gaby Amarantos agregam e abrilhantam ainda mais as versões de “Faltou Coragem” e “Não Vou te Deixar”, respectivamente.

Segundo single do projeto, “Ai Ai Ai Mega Príncipe”, traz de volta o technobrega para o mainstream, gênero que Vittar referenciou em toda sua carreira. É impossível ficar parado com a aparelhagem e os vocais da drag cantando “Vou Fazer o P”. As regravações de “Nas Ondas do Rádio” da Cia do Calypso e “Não Desligue o Telefone” do forró sacode encerram o projeto, garantindo os títulos de faixas mais experimentais do disco inteiro. Sem perder a essência, Pabllo mescla forró e calypso com pop e trance, algo parecido com o que fez com “Ultra Som” no volume 1.

Assim que anunciado, Vittar afirmou que o “Batidão Tropical Vol.2” seria seu disco mais longo. De fato ele é – e a artista ainda não avisou que o álbum viria com três faixas ocultas. Nas plataformas, a maranhense substituiu as faixas 8, 10 e 14 por áudios de voz contando detalhes da produção.

Não há nenhuma informação oficial de quais faixas serão colocadas no material e quando elas estarão disponíveis. Porém, já foi confirmado que elas serão trabalhadas como singles posteriormente, dando mais longevidade à era.

Isso tem sido cada vez mais comum pelos artistas. Recentemente, Carol Biazin e Luisa Sonza fizeram o mesmo em seus respectivos projetos.

Conclusão

Se o volume 1 do “Batidão Tropical” ganhou a repercussão que teve, o volume 2 chega para validar o propósito do projeto e confirmar sua importância e relevância cultural. Aqui, Pabllo reforça sua contribuição para a visibilidade e representatividade da música regional brasileira.

Produções sofisticada e vocais melódicos são destaques ao longo de todo material. O disco apresenta em suas regravações toques pontuais que não deixam as faixas perderem suas essências nas versões de 2024. Não sou um dos maiores fãs de faixas ocultas por achar que elas podem impedir o entendimento completo da obra, mas de qualquer forma, Pabllo entregou um grande disco, acertando novamente em um projeto longevo e de sucesso.

Nota: 9/10