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Entrevista: Italo Melo fala sobre “Frenesim” e mais

Cantor falou sobre o processo criativo de seu novo álbum, emponderamento feminino e amadurecimento artístico

Foto: Divulgação

Neste mês, o cantor e compositor Italo Melo lançou seu aguardado primeiro álbum de estúdio, “Frenesim“, que já está disponível em todas as plataformas digitais. O projeto explora as diferentes nuances de um relacionamento amoroso, trazendo uma mistura de beats eletrônicos, sonoridades urbanas e letras que abordam desde o deslumbramento inicial até a complexidade dos sentimentos ao longo do tempo.

Em recente entrevista ao Tracklist, Italo compartilhou detalhes do processo criativo por trás do álbum e refletiu sobre o amadurecimento que esse projeto trouxe, comparando com seu trabalho anterior, o EP “Romântico Mas Não Como Antes“. Confira!

Em entrevista, Italo Melo fala sobre seu aguardado álbum “Frenesim” e mais

“Frenesim” é o primeiro álbum da sua carreira. Como foi o processo de escolha do tema central, que aborda as nuances de um relacionamento amoroso, e o que inspirou as letras do projeto?

Acho que “Frenesim” foi um álbum que se construiu por conta própria. Fui compondo as músicas em momentos diferentes, e só depois percebi que elas se conectavam em torno de temas semelhantes. Não foi algo premeditado, tipo, ‘vou fazer essa música para encaixar com a outra’. Quando a gente revisou o material, especialmente após “Mini Saia“, percebi que essas músicas formavam uma narrativa sobre o delírio e o ápice emocional de um relacionamento amoroso. Isso se consolidou em uma reunião com minha equipe de marketing. Nossa diretora criativa, Camila, observou que as músicas conversavam entre si, traçando a trajetória da construção de um relacionamento. Foi aí que surgiu a ideia do álbum.

A faixa “Vaidosa” fala sobre autocuidado e empoderamento feminino. O que te motivou a escrever essa música e como isso influenciou sua visão sobre o papel do homem na discussão de temas femininos?

Escrever música se tornou algo muito tranquilo pra mim, né? Essa questão do dom e tal. E, pelo fato de eu escrever romântico, né? Músicas românticas, falar sobre sentimento. Com a prática, com as vivências que a gente acaba tendo na vida, se tornou algo muito, muito tranquilo de escrever. Eu não falarei fácil, porque tenho muito cuidado com as minhas letras. E “Vaidosa” mostra muito isso. É algo muito jovem, é algo muito, muito natural do que acontece hoje no século XXI, né? Nessa geração de internet, de dúvida. E eu quis enaltecer o lado oposto, né? Geralmente, é como se só o homem soubesse tirar onda. Só o homem sabe, sei lá, de certa forma, ter aquela troca, aquela questão de fazer charme. Só que a mulher tem esse dom muito mais que o homem, né? A gente tem essa questão que, às vezes, é até um pouco machista. Só que por que não empoderar a mulher dessa forma, né? Dela ser vaidosa, dela ser a que manda mesmo na parada, que ela que decidirá se quer ou não, entendeu? Que ela também fará seu jogo, tá ligado? Que, por mais que seja esperto, ela é o dobro. Então, é meio que essa ideia de “Vaidosa”, sacou? E é algo muito tranquilo de se ouvir, muito palpável; não é nada apelativo, não é nada extremamente sexual, entendeu?

Comparando seu EP “Romântico Mas Não Como Antes” com “Frenesim”, quais mudanças mais notáveis você percebeu na sua abordagem criativa e no seu amadurecimento como artista?

A diferença entre “Romântico Mas Não Como Antes” e “Frenesim”, além do, lógico, que cada música, cada projeto que a gente põe na pista é um filho, né? É um cuidado, é um marco, é uma história que fica. Só que existe a questão do amadurecimento, existem questões pessoais de vivências, pesquisas, de coisas que a gente nota na vida, no relacionamento de outras pessoas, que não necessariamente são coisas que vivo, sacou? E o EP “Romântico Mas Não Como Antes”, por mais que o texto seja um título intrigante de, ‘p*rra, romântico, mas não como antes. O que significa isso?’ É justamente a questão de: ‘pô, eu já falava de amor, eu já era romântico, só que agora a gente não tá mais tão bobo como era antes, né?’. Um bobo saudável, um bobo que é bom, extremamente apaixonado, mas com letras, com frases, com coisas que marquem mais. Esse foi o “Romântico Mas Não Como Antes”. O “Frenesim”, mano, é… Além da sonoridade, da musicalidade ser mais rua, mais eletrônica, mais beat, né? É algo também muito mais comercial. Acabou que se foi para esse lado mais comercial; por mais que tenha um conceito ali dentro, ele é um álbum comercial. Então, a diferença mais expressiva entre eles é justamente a ideia do amadurecimento, porque não tem jeito. Entra projeto, sai projeto, e você vai tendo vivências diferentes, você vai tendo noções diferentes, estudos diferentes, e acaba que tudo isso contribui para a diferença de um projeto para o outro. Fora a questão também, que acho marcante nesse álbum “Frenesim”, é que tem uma sacanagenzinha a mais, uma sacanagem boa, uma sacanagem gostosa de ouvir, tanto nas melodias que faço com a voz, tanto no beat quanto nas letras também. E eu acho que é basicamente isso.

As colaborações em Frenesim trazem uma variedade de artistas e estilos. Como foi o processo de escolha desses colaboradores e como cada um contribuiu para a identidade sonora do álbum?

Os colaboradores de “Frenesim”, a grande maioria, nordeste, eu acho que não foi nem algo proposital. Acho que a música tem muita questão de energia. Você não colabora com a pessoa, você não faz feat com a pessoa. Pelo menos eu não procuro fazer da forma de ‘só porque a pessoa é hypada’, ‘só porque a pessoa tem números’. Acho que é muito sobre a energia, é muito sobre o contato físico, de você olhar olho no olho e ver que aquela pessoa pode somar no seu projeto. E acabou que eu trouxe pessoas, mano, trouxe amigos da música, que a música me deu, que foram pessoas que somaram e contribuíram muito, muito, muito, muito. E é aquela questão: como falei lá na primeira pergunta, o álbum foi algo que surgiu de forma muito natural. Eu já tinha algumas músicas; a maioria das músicas não fiz nenhuma das músicas pensando que ‘ah, futuramente eu vou juntar essas músicas aqui e será um álbum’. Acabou que, por incrível que pareça, parece que a parada já foi feita para as músicas, já foi feita para se unir, entendeu? Então, os feats também, que ao longo do tempo a gente foi colocando em cada música, entraram muito bem; casaram muito, muito bem com o lado do romance, com o lado de falar sobre a mulher de forma sem ser vulgar e, quando ser vulgar, não ser nada apelativo. Então, o Mago de Tarso foi um deles, um cara que é extremamente diferente no cenário, né? Do trap, ele até considera que a música foi uma proposta muito diferente do que ele já faz; inclusive, acho que ele foi a última pessoa a colocar voz na última música do álbum. E “Protagonista“, inclusive, foi a música mais recente que eu tinha escrito, não pensando no álbum, mas foi a última música que, de todas ali, a que escrevi mais recente foi “Protagonista”, com o Mago. E aí acabou que foi isso, mano. Cris MC também foi uma realização de sonho na minha carreira, porque é um pai da música romântica aí também, assim como Mateusinho, um irmãozão que a música me deu também, que a gente tem conversado bastante, e é isso. Acho que quem tá ali era para estar, e eu fui muito feliz, e fui muito honrado, e sou muito grato por todos que contribuíram. Acho que as pessoas que estão lá no álbum, fora o TX, que é meu irmão, eram pra tá ali, e foi tudo de forma muito natural, e acabou com o resultado disso aí.

Agora que o álbum está em todas as plataformas digitais, quais serão os próximos passos da sua carreira?

O álbum está na pista; a gente tem trabalhado ainda. A gente tem esse pós-lançamento agora e também é um desafio fazer com que as músicas cheguem nas pessoas, que as pessoas se identifiquem, que cheguem nas pessoas certas. Que a gente também possa ver as críticas e ver no que foi que a gente errou, porque o nosso termômetro é público; não tem jeito. A gente faz a música para as pessoas se identificarem; eu quero ser eternizado com a minha música e quero ser lembrado, na verdade, pela minha música, pelo que eu fiz, pela minha arte. Então, a gente tá com muita calma, apesar de ter muita música que vocês nem imaginam aí que nem saiu, talvez não saia ou pode sair em algo futuro. Mas eu acho que o que vale agora é pensar numa coisa de cada vez, é pensar no álbum. Enfatizar o álbum, é o meu primeiro álbum; então tem todo aquele cuidado, né? De ser um primeiro filho.

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