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Análise: Ultraviolence – Lana Del Rey

Lana Del Rey - Topo Oficial 1

O clipe de “Ultraviolence”, da cantora Lana Del Rey, saiu na última quarta feira (30/07) e mais uma vez nos surpreendeu. Não é de hoje que a cantora opta por uma roupagem menos usual para um clipe, e por acaso é isso que faz dela tão única, porém desta vez acho que podemos dizer que ela deu uma radicalizada.

A música intitula o último álbum de Lana e  traz uma letra bastante polêmica. Assim como todo o disco essa faixa nada mais é do que uma declaração para um dos grandes amores da vida dela. A exceção fica no modo como ela se refere a este amor. Me atrevendo em uma análise psicológica da letra, ouso dizer que esta aparente obsessão faz parte de algum distúrbio. Jim, como chamado na letra é uma amante fiel que mexe de forma descomunal com a cantora.

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O clipe não contou com uma grande produção. Provavelmente as únicas pessoas que compareceram ao que tecnicamente seria o set de filmagem foram Lana e o “cameraman“, que não necessariamente era um profissional. Toda a estética do filme, a movimentação e a instabilidade da câmera nos remetem a um filme caseiro, assim como a qualidade da mesma.

Lana aparece toda vestida de noiva, não com a pompa de um longo, mas a simplicidade de um véu de renda e um vestido branco. O cenário é de uma estradinha um pouco estreita de barro pela qual a noiva caminha junto de seu admirador, enquanto a marcha nupcial toca (que no caso é “Ultraviolence”).

Em algumas partes, momentos de intimidade entre a pessoa filmando e a noiva entram em foco como que por acidente, uma pegada mais sensual que é meio inédita para Lana. As imagens em que ela canta para a câmera, a forma como ela olha e sussurra as palavras nos leva para a situação.

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Como sempre, Lana nos dá margens para muitas interpretações, o que é interessante: Levando em conta a ideia do distúrbio psicológico, imagino algum fetiche em volta da imagem da noiva de um dos lados, ou dos dois. Já seguindo para o lado de ser somente alguém louco de amor, penso na possibilidade de ela estar fazendo tudo por amor a ele. Ou até um casamento secreto, intimo e sem testemunhas.

Alguns disseram que o fato de ser tudo “igual” empobreceu e deixou o clipe maçante. Eu penso ao contrário, justamente essa opção de estética enriqueceu a história. O clipe de uma música conta história por trás daquela letra e – neste caso – o simples já instiga a várias imagens diferentes de uma mesma letra.

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A genialidade por traz da simplicidade muitas vezes é incompreendida, mas, ao meu ver, temos uma produção que carrega a ideia de intimidade e aproxima o espectador. O fato de estarmos vendo estas cenas que a princípio seriam para ser guardadas, arquivadas e vistas só entre família é excitante.

Ultraviolence está à venda no mundo todo por meio das lojas virtuais: Amazon, iTunes e também em várias lojas físicas. Para mais informações, continue ligado no Tracklist e confira o clipe mais uma vez:

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